Para este mês, escolhi falar sobre um destino que me é particularmente querido: a costa de Marrocos. Estive lá há cerca de 6 anos e não foi só uma viagem, foi uma experiência para os meus sentidos (as cores, os cheiros, os sabores, o som do muezzin a chamar à oração, as águas tépidas do Atlântico…). Fui sem expectativas e regressei apaixonada especialmente por dois motivos:
1. Sabes aquele sentimento de que uma viagem começa assim que colocamos os pés fora de casa? Marrocos oferece essa experiência de forma única e próxima, especialmente quando se viaja a partir de Portugal. Ao contrário de destinos mais distantes que obrigam a viagens de longo curso, Marrocos está a menos de duas horas de voo de Lisboa ou Porto. Pensando em termos de sustentabilidade, viagens de avião mais curtas significam:
- Menos emissões de CO2
- Orçamentos mais económicos
- Menos cansaço quer nas horas intermináveis em aeroportos e aviões quer a recuperar de um eventual jet lag.
2. Ao longo da costa de Marrocos, permiti-me viajar tal como gosto: devagar, sem a ânsia de correr entre um local e o outro. Para leitura levava comigo o livro “A Arte de Viajar” de Alain de Botton que fala precisamente do aborrecimento que é uma viagem até a chegada ao destino e como tantas vezes nos desiludimos porque, quando chegamos, verificamos que o local eleito tem pouco a ver com a fotografia da brochura que nos levou a comprar a experiência. A Marrocos cheguei sem expectativas, sem imagens construídas por campanhas de marketing. E, no final, encantei-me. Descobri que a costa marroquina não é só um destino de praia, é um deleite para os sentidos.
De entre as várias opções que a Costa de Marrocos oferece, destaco cinco cidades que me ficaram no coração:
Agadir – O Renascimento após a adversidade
Talvez seja a cidade mais virada para o turismo de resorts mas seria muito redutor se a definisse apenas por isso. Agadir é um exemplo de resiliência e renascimento. Depois de um terramoto devastador em 1960 (que também foi fortemente sentido em Portugal), conseguiu erguer-se, literalmente, das cinzas e tem hoje uma das mais belas marginais do país.
Asilah – Onde as praias arenosas encontram murais coloridos
Esta cidade, para além da praia, é a anfitriã do vibrante Festival de Artes que acontece todos os anos em agosto. Vivênciá-lo é como entrar num conto de fadas.
Essaouira – Para quem gosta de viagens no tempo
Aqui viaja-se mergulha-se no mar e também no mundo da fantasia ao caminharmos pelas ruas onde A Guerra dos Tronos foi filmado. Apesar de se ter tornado mais conhecida depois do sucesso da série, Essaouira não perdeu a autenticidade. Continua a ser um refúgio para quem procura descanso e relaxamento.
Dakhla – O Refúgio do Kitesurf
Um casamento perfeito entre o deserto e o mar. Um destino remoto, transformado em meca do surf e do kitesurf. Dakhla oferece experiências verdadeiramente autênticas para os que ousam aventurar-se até ela.
Taghazout – Onde as Ondas Contam Histórias
Uma vila de pescadores descontraída, um local ainda fora dos grandes circuitos turísticos e onde as ondas narram histórias de outros tempos. O clima ameno, a atmosfera acolhedora e as vistas deslumbrantes fazem deste lugar uma jóia escondida.